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terça-feira, 6 de abril de 2010

70 palavras


Meus olhos desiguais.
Minha fraqueza. Minha dor.
Foram embora.
Um olho distante e medroso.
O outro com a faceta de forte,
Que entra nos outros olhares.
Os dois agora, são iguais.
São serenos. Abertos.
Comunicativos com o mundo.
Estão aqui para absorver.
As alegrias, as cores, os outros.
Estão aqui, são bons.
Só querem entender.
Querem ser entendidos.
Meus olhos.
Com umas lágrimas de vez em quando.
Mas nunca tristes.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

eu só tenho o querer.
o poder e o fazer só se distanciam de mim.
só vejo paredes, paredes.
madeira, alvenaria, papelão.
tudo me consome.
me aproximo do chão.
me afasto do ser.
tudo se resolve em querer.
o desejo. aflitivo.
fica perto de mim.
o medo. o não sossego.
a noite sem dormir.
as desilusões.
os não amores amados.
a novela chata na televisão.
eu mesmo.
sou um bloqueio de mim.
eu pessoa.
não me qualifico em saber.
vivo em atos.
me colocam nas atas.
é tudo uma peça.
um espetáculo.
um simulacro do andré.
já dizia platão.
a imagem não tem razão.

quarta-feira, 3 de março de 2010

não vejo motivo para
tantos óculos escuros.
Escondem o olhar,
e consequentemente, os sentimentos.
[que deviam estar lá fora a
brilhar.]
Tantas fotos,
passos de dança,
e a real solidão daqueles
cheios de amigos.
Ninguém sabe o que é amor.
é tudo fulgáz.
vidas sem sentido.
somos todos passageiros.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

resumo

eu escrevo poesia.
e leio fantasia.
Que ironia.
Ouço Madonna,
vou a exposições.
Danço na luz.
Sou eu feliz e infeliz.
10 000 filmes.
Um milhão de lágrimas.
E o amor, ah, o amor.
Sou amigo da estrada.
Adoro andar de metrô.
Faço de mim mesmo minha
companhia.
Vou à padaria, coloco Mozart
no som.
Entendo e compreendo. [totalmente]
Me desespero e me decepciono.
O escuro é um terror.
Sou diplomático.
Fumaça.
E novamente, o amor.
Rei do abraço e da escatologia.
Mais de 20 jeans no armário.
Não consigo usar óculos escuros,
apesar de achar uma das coisas mais belas da vida.
Estudei muito. Dias e dias sozinho no papel.
Quartel.
Atrasos e rapidez.
Cuecas.
Ruídos e suco de laranja.
Samba e coreografia.
Rock.
Saudades.
Pêlos.
Aromas de shampoo.
carteira no bolso e remédio de nariz.
André

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A noite calada
e quente se aproxima.
Os goles descendo pela garganta.
A bebida que perdeu o seu
frescor.
As luzes mal acesas.
E os sozinhos sem amor.
As distâncias catalisam os
pensamentos.
As vozes caladas, procuram
na escuridão, o alento.
Palavras não ditas.
Ações não realizadas.
A banalidade da vida.
Festas e clarões.
Na noite, todos
procuram sua razão de ser.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

a cidade

São Paulo.
A terra dos não sozinhos.
A terra da não auto-reflexão.
Cidade de pensamentos vazios.
Olhos sem vida no metrô.
O lugar da liberdade.
E da falsa solidão.
Concretos cinzas,
e vacas coloridas.
Para a mente da maioria,
tudo é em vão.
Milhares de olás e despedidas.
Das famílias mal contruídas.
Dos sem-teto com/paixão.
Pessoas lindas.
Pessoas cheias. Pessoas vazias.
Tudo é encanamento, tudo é carro,
na cidade-solução.
Sonhos e vidas.
Colégios e arcebispos.
Músicas pop e alvernarias.
na Avenida Paulista, 
o meu coração.

sábado, 2 de janeiro de 2010

lixo

por que eu não tenho coragem de dizer?
não entendo porque eu me hesito ao tentar fazer.
nunca cheguei lá.
só fico na sala de espera, sentado, olhando para nada, no sofá.
os dias vão passando com dor.
e nada de eu receber uma gota de amor.

talvez eu tenha medo de falar.
hoje em dia as pessoas não gostam de ouvir quando se fala em amar.
se eu exalo uma palavra de sentimento.
já sinto a repulsa.
e acabo ficando cheio de ressentimento.

sentir virou palavrão.
as pessoas cospem, viram a cara.
se drogam sem paixão.
vidas sem objetivos. apenas algumas pequenas certezas.
mas ao largar todo o resto, tudo o que um dia foi importante
vira lixo.

amar vira lixo.
gostar vira lixo.
tudo o que era bom,
vira lixo.
lixo.